A educação sexual, o
acasalamento e a vida
Nossa geração (pessoas idosas no
Brasil) não teve educação sexual. Era um assunto misterioso, cheio de
preconceitos. Com raras exceções, principalmente nas grandes cidades do meio do
século passado, jovens eram ignorantes em relação ao que seria saudável para
seu amadurecimento.
As crianças e jovens aprendiam o que
era comportamento sexual na intuição, observando outros, ouvindo em cochichos.
Ou seja, errando e acertando em meio a complexos de culpa criados pelas
religiões dominantes.
As definições divergentes do padrão “macho
e fêmea” de orientação sexual aconteciam frequentemente traumatizando os jovens
para o resto da vida. Bullying, chacotas, humilhações, segregação e até
impedimentos de participações regulares aconteciam nas escolas e em qualquer ambiente
o normal para poder existir era a simulação de interesses que não eram reais.
Esconder a própria sexualidade ainda
é rotina no Brasil, algo que parece ser necessário numa sociedade que oscila
entre extremos morais.
Na heterossexualidade as
“barbeiragens” eram constantes de seres humanos despreparados para a conquista
de um par. Os bailes eram oportunidades especiais e o cinema, igrejas e praças locais
de encontros “casuais”.
Os mais ricos tinham clubes e o
pessoal do litoral as maravilhosas praias.
Os pais torciam pelos filhos, mas não
sabiam ensinar, educar, orientar de forma adequada.
Poder lembrar os tempos de namoro e
casamento é um prazer constante. O encantamento poderá perdurar durante a vida
inteira quando o par se une com a sensibilidade da vida em comum.
Tive pais e avós que mostraram opções
de vida inteligentes. Ser catarinense foi importante pois a visão da vida onde
nasci me deu parentes diferentes.
O litoral é contagiante, sensual. Isso
valoriza a via se bem compreendido. Ser “barriga verde” era até pejorativo em
Curitiba, por exemplo. Um engenheiro recém-formado trabalhou comigo uns dois
anos contando piadas sobre a “catarinas”, casou-se com uma delas e parece ser
feliz, não tive mais notícias.
Em Curitiba a Rua Quinze, rua
central, era da “macholândia”...
No Brasil o Rio de Janeiro se
destacava pelas liberalidades.
E agora?
Estamos em um cenário radicalmente
diferente daquele existente no século 20.
Os sistemas de comunicação, televisão, cinema, internet, teatro, festas
e vícios são outros e muito piores. O que fazer?
A responsabilidade da família e
educadores é enorme. Pior ainda é a reação dos sistemas comerciais de
comunicação, ciosos de seus privilégios e desesperados por recursos que pagam
fortunas pelo marketing consumista.
Vivemos a tirania dos grandes centros
em que tudo é muito diferente dos locais mais distantes, o Brasil é um país de
dimensões continentais.
Temos leis e mais leis, o que isso
muda?
A família diminui de tamanho assim
como as residências. O espaço em casa,
apartamento e nos barracos das vilas mais pobres expõe as crianças a diversas
influências ainda mal estudadas.
Devemos pensar no futuro, o que os
mais velhos podem ensinar por bons e maus exemplos?
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