quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A educação sexual, o acasalamento e a vida

 


 

 

A educação sexual, o acasalamento e a vida

 

Nossa geração (pessoas idosas no Brasil) não teve educação sexual. Era um assunto misterioso, cheio de preconceitos. Com raras exceções, principalmente nas grandes cidades do meio do século passado, jovens eram ignorantes em relação ao que seria saudável para seu amadurecimento.

As crianças e jovens aprendiam o que era comportamento sexual na intuição, observando outros, ouvindo em cochichos. Ou seja, errando e acertando em meio a complexos de culpa criados pelas religiões dominantes.

As definições divergentes do padrão “macho e fêmea” de orientação sexual aconteciam frequentemente traumatizando os jovens para o resto da vida. Bullying, chacotas, humilhações, segregação e até impedimentos de participações regulares  aconteciam nas escolas e em qualquer ambiente o normal para poder existir era a simulação de interesses que não eram reais.

Esconder a própria sexualidade ainda é rotina no Brasil, algo que parece ser necessário numa sociedade que oscila entre extremos morais.

Na heterossexualidade as “barbeiragens” eram constantes de seres humanos despreparados para a conquista de um par. Os bailes eram oportunidades especiais e o cinema, igrejas e praças locais de encontros “casuais”.

Os mais ricos tinham clubes e o pessoal do litoral as maravilhosas praias.

Os pais torciam pelos filhos, mas não sabiam ensinar, educar, orientar de forma adequada.  

Poder lembrar os tempos de namoro e casamento é um prazer constante. O encantamento poderá perdurar durante a vida inteira quando o par se une com a sensibilidade da vida em comum.

Tive pais e avós que mostraram opções de vida inteligentes. Ser catarinense foi importante pois a visão da vida onde nasci me deu parentes diferentes.

O litoral é contagiante, sensual. Isso valoriza a via se bem compreendido. Ser “barriga verde” era até pejorativo em Curitiba, por exemplo. Um engenheiro recém-formado trabalhou comigo uns dois anos contando piadas sobre a “catarinas”, casou-se com uma delas e parece ser feliz, não tive mais notícias.

Em Curitiba a Rua Quinze, rua central, era da “macholândia”...

No Brasil o Rio de Janeiro se destacava pelas liberalidades.

E agora?

Estamos em um cenário radicalmente diferente daquele existente no século 20.  Os sistemas de comunicação, televisão, cinema, internet, teatro, festas e vícios são outros e muito piores. O que fazer?

A responsabilidade da família e educadores é enorme. Pior ainda é a reação dos sistemas comerciais de comunicação, ciosos de seus privilégios e desesperados por recursos que pagam fortunas pelo marketing consumista.

Vivemos a tirania dos grandes centros em que tudo é muito diferente dos locais mais distantes, o Brasil é um país de dimensões continentais.

Temos leis e mais leis, o que isso muda?

A família diminui de tamanho assim como as residências.  O espaço em casa, apartamento e nos barracos das vilas mais pobres expõe as crianças a diversas influências ainda mal estudadas.

Devemos pensar no futuro, o que os mais velhos podem ensinar por bons e maus exemplos?

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