LIBRAS – uma língua que educa e integra o surdo a seu
ambiente
A história da comunicação com a pessoa surda é um exemplo de
radicalismos que prejudicaram demais a elas próprias. Pessoalmente vivenciamos
situações que, na condição de leigos, perdemos o norte e ficamos paralisados diante
dos conflitos que pareciam insuperáveis, principalmente entre os defensores de
alguma linguagem de sinais e a oralização. Essa tragédia foi péssima para
todos, inclusive para aqueles que procuravam orientações e apoio para educar
seus filhos.
Aos poucos percebemos os interesses existentes, o que só
piorou a aceitação de qualquer proposta.
Felizmente os tempos mudaram no Brasil, pois além do
Programa Viver sem Limite
(1) e investimentos em
pesquisa inclusiva no Brasil
(2), para o que temos um
portal excelente mostrando o que se faz, a Rede Rita
,
o EAD ganha espaço. Podemos, por exemplo, na condição de paranaense, orgulharmo-nos
do trabalho maravilhoso realizado pelo SIANEE
(3), um exemplo que
precisa ser multiplicado com urgência, pois oferece condições de ensino a
distância “on line” e “off line” para centenas de pessoas PcD espalhadas pelo
Brasil.
Tudo muito bom, mas a inclusão ainda é um sonho distante.
Sentimos que nem políticos nem gerentes e pessoas próximos
realmente se preocupam com a acessibilidade, inclusão e aceitação digna das
pessoas com deficiência (PcD), idosos e idosas e gente com doenças
transitórias. Nossas cidades são mais e mais violentas e tudo é feito para
estimular um progresso material, ainda que matando e aleijando mais cidadãos e
cidadãs.
O que fazer para mudar e avançar em benefício da inclusão?
Talvez o surdo seja a solução.
Temos uma proposta, o ensino regular da LIBRAS (4) desde os jardins de
infância até o ensino médio, algo que poderia ser enriquecido com aulas de
Braille e outras formas codificadas de comunicação.
Que benefícios teremos?
Uma das queixas contra o ensino formal é a deficiência na educação
que estimule o raciocínio. O século 21 precisa desesperadamente de pessoas que
saibam pensar e usar os conhecimentos que crescem exponencialmente. O cérebro
humano é um tremendo computador. Exige, contudo, ser treinado e estimulado para
desenvolver todas as suas capacidades. O
ensino de LIBRAS e similares será uma forma de mostrar para nossas crianças e
jovens que podemos até criar códigos, mais ainda, tendo conhecimentos de
comunicação universal aprender com mais facilidade outras línguas e sistemas
simples até os mais complexos, tudo dependendo da profissão e atividades
eleitas mais adiante. Ou seja, o ensino da LIBRAS, justamente quando a criança
e o/a jovem ainda tem saúde mental e capacidade para aprender algo mais, será
um fator de sucesso na vida dessas pessoas.
E o ganho social?
Professores e professoras ensinando LIBRAS para todos os
seus alunos e alunas implicitamente estarão fixando em suas mentes a existência
da diversidade, da necessidade de compreensão, aceitação e inclusão de todos.
Não imaginamos perfeição, mas no mínimo rudimentos da Linguagem de Sinais
poderão ser ministrados, mostrando a todos a possibilidade dessa forma de
comunicação, eficaz até em ambientes de trabalho poluídos (ruidosos).
O pesadelo maior no mundo atual é a compreensão das
limitações e ajustes pessoais, materiais, urbanísticos, familiares etc. a todos
em qualquer situação e capacidade. Esse desafio pode ser vencido, exige, contudo,
ações positivas e não simplesmente leis e punições contra quem não compreender
a importância da inclusão.
As escolas são o espaço de educação social por excelência. Nelas
há que se investir prioritariamente o que pudermos. Nesse processo que parece
se viabilizar com o PNE (5) e com a compreensão
da base exposta em (6) e (7)
queremos destacar a essencialidade da inclusão, nesse caso dos alunos surdos e
do significado adicional desse processo.
Temos convicções pessoais em decorrência de vivência e
experiências familiares e profissionais, assim iniciamos uma série de trabalhos
a favor da colocação na grade regular do Ensino Fundamental (principalmente) e no
Ensino Médio cadeira LIBRAS (8) com o apoio do Lions
Clube de Curitiba Batel.
Junto à proposta criamos uma campanha AVAAZ (9) preliminar que pode
ser desdobrada e enriquecida de diversas maneiras.
O que podemos afirmar é que a inclusão, de modo geral, está
longe de ser uma realidade eficaz e geral, estando carente de ações concretas a
favor das pessoas com deficiência e idosas, destacando-se nesse caso a situação
do(a) surdo(a), vítima de sua invisibilidade no ambiente social.
Precisamos do apoio de todos para que evoluamos a favor da
inclusão; por favor, assinem nossa proposta AVAAZ e entrem em contato conosco
para outras ações possíveis.
Cascaes
6.7.2014