O QUE É UMA
FAMÍLIA – O CASAMENTO E O FUTURO DOS FILHOS
Com perplexidade, diariamente descobrimos nos
noticiários local, nacional e internacional o que acontece contra as mulheres e
ficamos imaginando o tipo de família que são ou que os educaram.
A segregação radical das mulheres é
impressionante e temos visto isso ao vivo e a cores nos noticiários.
Os talibãs[1], por exemplo, radicalizaram
conceitos religiosos absurdos.
O último episódio foi no Afeganistão. Mulheres
que durante duas décadas eram livres voltaram às cavernas de seus maridos.
Agora a violência da guerra entre Ucrânia e
Rússia. Inacreditável! Os foguetes, tiros de canhão e até fuzis não consideram a
importância de seres humanos, menos ainda femininos. Aliás, na Rússia
O que
será das crianças no futuro, de suas meninas e mulheres? Meninos guerreiros?
No Brasil temos cenários que prometem mudar um
quadro que era de abusos e violências.
Agressores estão sendo presos e julgados,
condenados. A Lei Maria da Penha[2] e a estruturação de delegacias dedicadas à
mulher começa a dar resultados.
E a família?
A união de um casal pressupõe a formação de
uma família maior, somando as duas de origem. A partir daí as responsabilidades
só aumentam à medida que os filhos aparecerem.
Dentro das famílias o maior desafio é educar,
e pais ignorantes ensinarão o quê? A usarem fuzis? Filhas submissas?
Podemos qualificar nações, tribos, países,
cidades e famílias em função da preocupação que tiverem com as crianças. Nada é
mais revelador do que a lógica familiar em relação a filhos e filhas.
No Brasil encontramos uma distribuição de
culturas que vem da pré-história à modernidade, do infanticídio à proteção e
educação máxima.
Aqui existem diferenciações que produzem de
cientistas a escravos e escravas. Nossa história nos condena.
Em tempos de Escravidão[3] os
brasileiros de origem europeia exercitaram práticas hediondas em suas senzalas.
Elites familiares que fizeram fortunas e
gozaram de privilégios, silenciaram, rezaram e fizeram caridade onde seus erros
criaram favelas tenebrosamente miseráveis.
Infelizmente a violência é a lei das pessoas
mais limitadas intelectualmente, que foram educadas de forma primitiva. O
feminicídio, o assédio e a estupidez assustam, envergonham nosso povo. O
pesadelo que pode existir em ambiente familiar é tema de muitos estudos e
revela a deseducação de jovens, imaturidade e perversões possíveis. Nossas
meninas e os jovens saberão evitar cenários e aproximações perigosos?
É importante observar estatísticas sobre o
casamento que nos ajudem a entender a finalidade da união conjugal bem-sucedida[4]
e aquelas que se desmancham com tremendo prejuízo aos filhos, se existirem.
Entendo que o ritual do casamento é uma cerimônia de passagem e exibição
dispensável. O que realmente sedimenta um casal é o nascimento dos filhos e o
mútuo respeito.
O romantismo pode ocultar tendências negativas
ao que é necessário. A ignorância dos casais novos é um pesadelo social
respeitável[5].
O fator essencial de uma família é a
intimidade nata, o mútuo conhecimento, dedicação aos filhos e o cenário que vem
do nascimento ao final da vida dos seres humanos. Tudo isso cria afetos e
desafetos, mas sempre com a esperança de maior união, necessária à
sobrevivência de todos.
No ambiente familiar somos educados,
aprendemos muito e talvez o mais importante: temos nossa formação ética e
moral.
Nele teremos ensaios e testes éticos, morais e
religiosos que se revelarão ao longo da vida.
Não somos indiferentes a incidentes familiares
e, naturalmente, a acidentes, doenças, heranças genéticas e tudo mais.
Isso também revela conceitos de crime e
castigo que herdamos, não escolhemos.
Nossa sociedade tem o viés disciplinador, daí
a existência do aparato policial, jurídico, da organização social. Somos
afetados tremendamente pelas decisões externas à família. Isso exige dos pais,
acima de tudo, a compreensão da importância que possuem.
Lamentavelmente a sociedade moderna ocidental
coisificou a vida. Somos objeto de interesses comerciais, políticos, religiosos
e até outros que afetam nossos comportamentos.
A família precisa preparar seus componentes
para a sobrevivência em selvas de pedra.
A evolução da Humanidade a partir de sua
existência técnica mostra diferentes padrões de união e criação de filhos. Essa
evolução foi possível graças à necessidade de sobrevivência coletiva e isso
criou oportunidades de diferenciação de tribos, nações, de povos com
características próprias. Algumas nações avançaram mais que outras e agora
existem com modelos até severos, conservadores, reacionários, fundamentalistas,
assim como outras exploraram o individualismo, a criatividade, a competição
dentro de regras sociais suportáveis.
A população da Terra[6]
cresce sem parar assim como suas necessidades de consumo. A hipótese da
saturação afeta as crianças e as famílias, que são pressionadas de diversas
formas.
As exigências coletivas mostram a importância
absoluta da formação de famílias inteligentes, sadias em todos os
aspectos. Para isso será preciso decifrar
sentimentos típicos do século 21[7] .
O que será do casamento?