Língua de sinais – Base Wikipédia em 25 de abril
de 2014
Origem: Wikipédia,
a enciclopédia livre.
Conversa em língua de sinais.
Uma língua de sinais (português brasileiro) ou língua
gestual (português europeu) é
uma língua que se utiliza de gestos, sinais e
As línguas de sinais são de aquisição visual e
produção espacial e motora.
Há no mundo muitas línguas de sinais usadas como
forma de comunicação entre pessoas surdas ou com problemas auditivos.
As línguas de sinais no Mundo[
Assim como entre os idiomas falados, é grande a
variedade de línguas de sinais ao redor do mundo.
Muitos linguistas se dedicaram a estudar diferentes
línguas gestuais, concluindo que estas apresentavam diferenças consideráveis
entre si.
Deve-se levar em conta que diferenças culturais
são determinantes nos modos de representação do mundo.
Assim, os surdos sentem as mesmas dificuldades que
os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que utilizam uma língua
diferente. 1
Cada país tem a sua própria língua gestual.
Tomando como exemplo alguns países lusófonos,
vemos que utilizam diferentes línguas de sinais:
No Brasil existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), em Portugal existe a Língua Gestual Portuguesa (LGP),
existem variações linguísticas dentro da própria
língua de sinais, isto é, regionalismos e/ou sotaques.
Essas variações se devem a ligeiras diferenças
culturais e influências diversas no sistema de ensino do país, por exemplo.
Não se sabe quando as línguas de sinais se
iniciaram,
mas sua origem remonta possivelmente à mesma época
ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas
orais.
Uma pista interessante para esta possibilidade das
línguas de sinais terem se desenvolvido primeiro que as línguas orais
é o fato que o bebê humano desenvolve a
coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de coordenar o aparelho
fonoarticulatório.
As línguas de sinais são criações espontâneas do
ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que as línguas orais.
Nenhuma língua é superior ou inferior a outra,
cada língua se desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.
Também é comum aos ouvintes pressupor que as
línguas de sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais;
No entanto, embora haja semelhanças ou aspectos
comum entre as línguas de sinais,
devido a um certo contágio linguístico, as línguas
de sinais são autónomas,
não derivando das orais e possuindo peculiaridades
que as distinguem umas das outras e das línguas orais.
A língua de sinais é tão natural e tão complexa
quanto as línguas orais,
dispondo de recursos expressivos suficientes para
permitir aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto,
em qualquer situação, domínio do conhecimento e
esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada
à capacidade de expressão dos surdos.
A difusão do alfabeto dactilológico de uma só mão entre os ouvintes
gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a própria língua de sinais,
que há uma única língua de sinais e que essa
língua é universal.
No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas
um suplemento das línguas de sinais,
cuja função é a soletração de palavras das línguas orais, tais como, nomes próprios, siglas,
empréstimos, etc.
o alfabeto dactilológico usado atualmente no
Brasil é um conjunto de 27 formatos,
ou configurações diferentes de uma das mãos, cada
configuração correspondendo a uma letra do alfabeto do português escrito, incluindo o “Ç”.
É muito aconselhável soletrar devagar, formando as
palavras com nitidez.
Entre as palavras soletradas, é melhor fazer uma
pausa curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo,
como se estivesse empurrando a palavra já
soletrada para o lado.
Normalmente o alfabeto manual é
utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc.,
Os sinais de pontuação, tais como, vírgulas, ponto
final e
de interrogação, às vezes, são desenhados no ar.
Preposições e outras classes de palavras de que
a língua não dispõe são inseridas na sinalização por meio da dactilologia, ou
do alfabeto manual.
Línguas de sinais e línguas orais
Ao falarmos em língua de sinais estamos a
referir-nos a língua materna/natural de uma comunidade de surdos,
isto é, uma língua de produção manuo-motora e de
recepção visual, com vocabulário e gramática próprios,
não dependente da língua oral, usada pela
comunidade surda e alguns ouvintes, tais como parentes de surdos, intérpretes,
professores e outros.
Aspectos comuns
Arbitrariedade:
As línguas orais são maioritariamente arbitrárias,
não se depreende a palavra simplesmente pelo sua
representatividade,
mas é necessário conhecer o seu significado.
A iconicidade encontra-se presente nas línguas de
sinais, mais do que nas orais,
mas a sua arbitrariedade continua a ser dominante.
Embora, nas línguas de sinais, alguns gestos sejam
totalmente icónicos,
é impossível, como nas línguas orais, depreender o
significado da grande maioria dos sinais, apenas pela sua representação.
- Comunidade: As línguas orais têm uma
comunidade que as adquirem,
como língua materna, cujo desenvolvimento se faz
através de uma comunidade de origem,
passando pela família, a escola e as associações.
Todas as línguas orais têm variações linguísticas.
Todas as línguas gestuais possuem estas mesmas
características.
- Sistema linguístico: As línguas orais são sistemas
regidos por regras.
O mesmo acontece com as línguas de sinais,
conforme referenciado por Stokoe (1960).
- Produtividade: As línguas orais possuem a
características da produtividade e da recursividade,
sendo possível aos seus falantes nativos
produzirem e compreenderem um número infinito de enunciados,
mesmo que estes nunca tenham sido produzidos
antes.
Acontece o mesmo com as línguas de sinais, sendo
encontradas a criatividade e produtividade nas produções,
por exemplo, da LGP, pelos seus gestuantes
nativos, parecendo não haver limite criativo.
- Aspectos contrastivos: As línguas orais possuem
aspectos contrastivos,
isto é, as unidades fonológicas do sistema de
determinada língua estabelecem-se por oposições contrastivas,
ou seja, em pares de palavras, em que a
substituição de uma unidade fonológica (um fonema)
por outra altera o significado da palavra (por
exemplo: parra e barra).
Acontece o mesmo nas línguas de sinais, sendo que
em vez de unidade fonológica,
- Evolução e renovação: As línguas orais modificam-se,
como no caso das palavras que caem em desuso,
outras que são adquiridas, a fim de aumentar o
vocabulário e ainda no caso da mudança de significado das palavras.
O mesmo acontece nas línguas de sinais, a fim de
responder às necessidades que a evolução socio-cultural impõe
(por exemplo, na LGP, os seis gestos de
"comboio", ou os gestos de "filme").
- Aquisição:A aquisição de qualquer língua
oral é natural,
desde que haja um ambiente propício desde
nascença.
Na língua gestual acontece de igual forma, não
tendo o indivíduo surdo que exercer esforço para aprender uma língua de sinais,
ou necessidade de qualquer preparação especial.
- Funções da linguagem: As línguas orais podem ser
analisadas de acordo com as suas funções.
O mesmo acontece com as línguas de sinais.
As funções são: a função referencial,a emotiva, a
conotativa, a fática, a metalinguística, e a poética.
- Processamento: Embora usando modalidades de
produção e percepção,
Características próprias das línguas de sinais
Kyle e Woll apontam algumas propriedades
exclusivas das línguas de sinais,
tais como o uso de gestos simultâneos, o uso do
espaço e a organização e ordem que daí resultam.
Assim, as línguas de sinais possuem uma modalidade
de produção motora (mãos, face e corpo) e uma modalidade de percepção visual.
Embora existam aspectos universais, pelos quais se
regem todas as línguas de sinais,
a comunicação gestual dos Surdos não é universal.
As línguas de sinais, assim como as orais,
pertencem às comunidades onde são usadas,
tendo apresentando diferenças consideráveis entre
as determinadas línguas.
As línguas de sinais não seguem a ordem e
estrutura frásicas das línguas orais,
assim o importante não é colocar um sinal atrás do
outro, como se faz nas línguas orais (uma palavra após a outra).
O importante em sinais é representar a informação,
reconstruir o conteúdo visual da informação, pois
os surdos lidam com memória visual.
As línguas de sinais possuem sua gramática
própria, assim como as línguas orais possuem as suas,
sendo elas totalmente independentes.
Referências
- Ir para cima↑ Para uma Gramática de Língua Gestual
Portuguesa, pág. 54.
- Dicionário Libras - Traz as imagens reais, na
forma de pequenos "filmes", o que facilita um aprendizado mais
eficiente.
- ProDeaf Web - Tradutor automático de português para Libras
- Portal de Libras
- INES - Instituto Nacional de
Educação dos Surdos
- FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos
- sur10.net - o portal da surdez.
- Dicionário de Libras em CD-ROM
- O Decreto de Dezembro de 2005 , que garante a inclusão da LIBRAS, nos
sistemas educacionais do Brasil.
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